Concurso de Poesias da UFSJ
A Universidade Federal
de São João del-Rei promove desde 2000 o Concurso de Poesias da UFSJ, congregando a cada edição um número cada vez
maior de escritores de diversas localidades (inclusive de outros Estados), de diferentes
faixas etárias, origens sócio-culturais e formação acadêmica. A Cerimônia de Premiação do Concurso de
Poesias da UFSJ é uma das atrações do Inverno Cultural da UFSJ, que ocorre
durante a segunda metade do mês de julho e que reúne um grande público entre
participantes do concurso, familiares, convidados, turistas e os freqüentadores
das oficinas e atrações artístico-culturais promovidas pela UFSJ, além dos
moradores de São João del-Rei e região.
O Concurso de Poesias da UFSJ é uma oportunidade para que poetas
consagrados ou anônimos, profissionais ou diletantes, iniciantes ou veteranos
possam expressar sua arte literária e ter a chance de concorrer para ter seu
poema publicado em um livro com os 30 primeiros classificados, editado e
impresso pelo Setor Gráfico da UFSJ. Este livro, publicado por uma instituição
de ensino superior federal como a UFSJ, possui ampla circulação entre a
comunidade acadêmica e o meio artístico-cultural, estimulando o gosto pela
leitura e divulgando os poetas e escritores de várias regiões do país. A literatura é uma das fortes marcas da
tradição cultural de nosso Estado e de nosso país, e a UFSJ procura, através
desse concurso, preservar e fortalecer esta forma de manifestação artística e
cultural.
Concurso de Poesias 2017 da UFSJ INSCRIÇÕES DE 25 DE ABRIL A 12 DE MAIO DE
2017
Edital
02/2017/UFSJ/PROEX do Concurso de Propostas
para o 17º Concurso de Poesias da UFSJ
17º Concurso de
Poesias 2017 da UFSJ
Poemas Premiados
1° lugar Fronteira Maria Beatriz Del Peloso Ramos
2° lugar Cantiga para o infinito Celso
Antônio Lopes da Silva
3° lugar Intimidades Marília Pirillo
CANTIGA
PARA O INFINITO.
Aprisionar
o tempo
e colocá-lo sobre a mesa de jantar.
Sorver dali, a magia de Ferran Adrià,
e servir a si mesmo a refeição completa
desconstruindo o amargo e o doce paladar...
Aprisionar
o tempo
e reaprender no gosto da saliva,
o indissolúvel elo entre o mel e o fel.
Sugar no
mais profundo das moléculas,
o tempo da solidão, o tempo da cura.
Aprisionar
o tempo
e sentir
todos os seus impulsos
numa cantiga de amigo e maldizer:
ora lágrimas, ora risos, ora rimas...
Construir
o DNA de um novo olhar
carente dos versos mais puros.
Aprisionar o tempo
e dizer e desdizer a mim mesmo
sobre a inquietude íntima das ostras...
e dialogar no
interior de cada pérola
com a tessitura úmida das
palavras mudas.
Aprisionar
o tempo
e estender-lhe todos os desejos
circundados por uma profunda paixão.
E só então libertá-lo,
(como a ti mesmo desejas),
preso
a um fraterno abraço que flutue,
e que voe,
e voe , e voe, infinitamente,
com os pés presos ao chão...
Aprisionar
o tempo
enxergar nele a onipresença
do invisível, cantada num só verso.
Poder
alcançá-lo numa dimensão
que
transforme o avesso e o infinito...
E só, então, dominar a sua eterna fúria,
ao traduzir todos os sinais urgentes
que principiam um novo universo!....
texto: CELSO LOPES
Nenhum comentário:
Postar um comentário