Cai a máscara, o vírus nos
escancara cara a cara,
o perigo invisível que
afoga o que antes alegrara;
e aflora, engolindo o que o futuro nos reservara.
Cai a máscara, e nada,
ninguém que nos prepara
o front de enfrentamento, nessa guerrilha rara;
guerreando, de mera ameaça
à dor que arrastara.
Cai a máscara, põe a nu todas
as “pestes” por que passara
o mundo, a humanidade que
em sua escalada enfrentara;
e de joelhos segue,
rogando aos céus o que tanto clamara.
Cai a máscara, um Pierrô
trama o que outrora relegara;
uma Colombina chora,
suplica o baile que tanto esperara;
e atira confetes,
serpentinas e as lágrimas que derramara.
Cai a máscara, e a fantasia pura que a mente sonhara
sob ritmos de sons excitantes, penitencia-se.
Calara
o riso da história que
condenara. Nada disse, não falara.
Cai a máscara, e ansiamos
a aurora que tantos arrastara,
ergueremos bailes, salões sem muros, celebrações preclaras...
buscando rostos, o beijo antigo e o abraço que nos acalentara.
Texto: Celso
Lopes
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