quinta-feira, 16 de julho de 2020

Escritos da Pandemia "Baile de Máscaras" - Poesia







Cai a máscara, o vírus nos escancara cara a cara, 
o perigo invisível que afoga o que antes alegrara;
e  aflora,  engolindo o que o futuro nos reservara.

Cai a máscara, e nada, ninguém que nos prepara
o front de enfrentamento, nessa guerrilha  rara;
guerreando, de mera ameaça à  dor que arrastara.

Cai a máscara, põe a nu todas as “pestes” por que passara
o mundo, a humanidade que em sua escalada enfrentara;
e de joelhos segue, rogando aos céus o que tanto clamara.

Cai a máscara, um Pierrô trama o que outrora relegara;
uma Colombina chora, suplica o baile que tanto esperara;
e atira confetes, serpentinas e as lágrimas que derramara.

Cai a máscara, e  a fantasia pura que a mente sonhara
sob  ritmos de sons excitantes, penitencia-se. Calara
o riso da história que condenara. Nada disse, não falara.

Cai a máscara, e ansiamos a aurora  que tantos arrastara,
ergueremos  bailes,  salões sem muros, celebrações  preclaras...
buscando rostos,  o beijo antigo  e o abraço que nos acalentara.


Texto:  Celso Lopes

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