sábado, 2 de maio de 2020

O SORRISO DA TARTARUGA Crônica de Celso Lopes



O SORRISO DA TARTARUGA






Na  fábula que todos conhecemos, A Lebre e a Tartaruga,  quem sobe ao pódio,  depois do “descaso” e do  “cochilo” da Lebre durante a corrida, obviamente,  é  a própria Tartaruga;  no entanto, desta vez, a Tartaruga terá que enfrentar um Sapo... Bem, na verdade, um Sapo tecnológico, é claro!...

Assim, avessa às tecnologias de ponta, a antiga vencedora, agora, vai perder o trem, quer dizer, a corrida... Mas, acalmem-se – continuamos torcendo,  torcemos para que ela  chegue  a tempo, e ainda possa  “nadar” de braçada e “sorrir tranquila” pelos sete mares afora.

Isso porque, essa tranquilidade, nos últimos tempos tem esbarrado num “vilão marinho”, ou seja, o material plástico em suas  várias formas: quer sejam sacolas, garrafas pet, canudos, redes de pesca, isopor  e outros milhões de resíduos  descartáveis  made-in-polipropileno – matéria-prima  inerente a essa indústria de transformação. De um lado, os detratores desse uso desenfreado  do plástico e ávidos por  alternativas “Sustentáveis”; e de outro,  a indústria, entidades e profissionais que pregam o uso consciente do plástico, ou seja, uma educação ambiental efetiva, circular e  mais incisiva, e obviamente, comprometida em salvar o  planeta e todas as espécies terrestres e marinhas, a tempo. 

À parte isso,   uma boa notícia para ambos!... 

Alguns  cientistas dos USA,  acabam de criar um “robô-vivo”, a partir de células-tronco de sapos africanos, de nome Xenobots, que medem, aproximadamente,  um milímetro, e tem a função programável para trazer ou levar substâncias.  

Aonde, por exemplo?  

Os cientistas adiantam: esses organismos vivos e programáveis poderão transportar remédios pelo  corpo, viajar pelas artérias para remover placas gordurosas e, aplausos!... poderão, quem sabe,  formar um exército-tarefeiro de milhões de Xenobots  para  coletar microplásticos dos rios, mares e  oceanos.

E para não dizer que os cientistas não falaram  de flores...

Os Xenobots são totalmente biodegradáveis, e  parecem cumprir  uma instrução Bíblica saudável  sobre a função do trabalho, somente que, diferente do descanso bíblico  no sétimo dia, esses fieis-escudeiros, após a sua  labuta do dia a dia, morrem, ou seja, transformam-se em células mortas – afirmam os pesquisadores.

Na fábula conhecida da  Lebre e a Tartaruga, a moral da história  pode relatar, entre outras possibilidades, que “devagar se vai ao longe”. Porém, nesta fábula contemporânea, com esses novos  “atores” e “historiadores” do futuro, queremos crer que  haja uma outra leitura possível.

Assim, as Tartarugas, sejam  elas, de água-doce, como a Tartaruga-Tigre do pantanal,  ou  Tartarugas marinhas, principalmente as  brasileiras ameaçadas, como a Cabeçuda, de Pente, Oliva, de Couro, e até mesmo a Tartaruga-Verde, todas elas, acreditamos, ganharão status de ‘sobrevivência sustentável’, e poderão abrir um doce e   largo sorriso;  e, ainda,  de “quebra”,  a cooperação mútua, a cargo dos Sapos-robôs  Xenobots, com certeza, contribuirá para diminuirmos ou eliminarmos, de vez,  o excesso de  ações predatórias e irresponsáveis  que atingem todo o  meio ambiente.





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