DO FATO À FICÇÃO: a humanização das
notícias de jornal.
Concurso Literário e de Imagens coordenado pelo
IFTM (INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO)
- Campus Uberlândia/Centro - 2020
Celso Lopes -
Crônica
“O PULO DO RATO”
Não, você não leu errado.
Ainda que quem
esteja à frente desse estrelato de habilidades seja o Gato, com as suas 7 vidas ou por vezes até 9, de
acordo com cultura local de países,
neste caso, o felino terá de ceder a vez
e a expertise para o Rato. É
certo que continuamos tratando aqui de
Vida, onde os gatos seriam praticamente imbatíveis, seja pela proeza inimitável
do seu pulo, seja pela imunidade à doenças ou mesmo pela narrativa convincente das “sete vidas”;
entretanto, pasmem, resta a eles abrir
espaço, pois o que está em jogo não é somente a Vida, porém, a Vida eterna. Isso mesmo.
A Vida eterna, garante o engenheiro formado pelo MIT e futurólogo venezuelano, José Luiz Cordeiro, está com os dias
contados, quer dizer, em contagem regressiva
de uma data ou progressiva para alcançá-la – à escolha de todos nós mortais. Ou seria
melhor dizermos – imortais?. Apresentando dados que, por vezes, queremos crer
que sejam mesmo verdadeiros, confiáveis, uma vez que respalda suas teorias
sobre a Vida eterna, em expoentes como o matemático David Wood (autor de A
morte da morte), incluindo o biólogo e cientista David Sinclair, da
Universidade de Harvard, Cordeiro ‘prega e bota fé’ no que chama de interrupção
da velhice, afirmando: “já temos novas tecnologias de reprogramação
celular e estamos entre a última geração humana mortal e a primeira
imortal”. Quando perguntado sobre os caminhos dessa viagem sem
volta, saltam à tona, entre outros micro-organismos, as bactérias. “ Sabemos que há células e organismos que
não envelhecem, como, por exemplo, as bactérias. Elas são as primeiras formas
de vida no planeta”.
“- Outro tipo de célula que se descobriu que
não envelhece é a do câncer” – acrescenta enfático: “(...) Esse
é o problema do câncer, ele não envelhece e por isso é preciso matar todas as
células cancerosas porque, se deixar uma sobrevivente, elas voltam a se
reproduzir”. No rol desse esquadrão de
“eliminadores do Gato”, entram nomes de
peso, como por exemplo, a Microsoft: “ Depois do sequenciamento do genoma humano,
conseguimos entender, por exemplo, que o câncer é uma mutação para se manter
jovem”. Cordeiro garante que a cura
virá por aí: “Não foi uma companhia médica ou farmacêutica que falou isso (cura do
câncer), mas a Microsoft, porque o câncer é um problema computacional, não um
problema médico. Podemos encontrar as mutações que geraram o câncer e
compará-las com as células não cancerosas”.
Outro
“golpe mortal” sobre os felinos estaria a um passo de acontecer, e chega pela Universidade de Tóquio, através
de um Samurai-cientista, o japonês
Shinya Yamanaka, prêmio Nobel em 2012. “
Ele descobriu (2006) que células podem
ser reprogramadas e que é possível modificar genes de uma célula velha e
torná-la novamente jovem (...)”,
acentua Cordeiro. Para
fortalecer, ainda mais, as previsões,
Cordeiro agrega as projeções do futurista Raymond Kurzweil: “ Ele
fala que no ano de 2045, o envelhecimento e a morte se tornarão opcionais,
quando a inteligência artificial ultrapassará a inteligência humana”.
Assim, outra data, 2029, agora bem mais próxima, entra em cena: “...
alcançaremos a velocidade de escape da longevidade (....) para cada ano que
vivermos, ganharemos um ano a mais (...) Mas não é o suficiente. Kurzweil estima
que a partir de 2029 passaremos a viver indefinidamente, mas ainda
envelhecendo. E em 2045 teremos as tecnologias de rejuvenescimento biológico
com a reprogramação celular”.
Bem, “o tiro de misericórdia” ao reinado e
à sobrevida dos felinos tem hora marcada,
garante Cordeiro: “O sequenciamento do
genoma envolve três bilhões de bases nitrogenadas (...) A mente humana não consegue ver a diferença
(...) Nosso cérebro é limitado e a
inteligência artificial não tem esse problema. Por isso, ela será decisiva para
a cura de muitas doenças e tratamentos (...)”. E é neste ponto que os ratos saem do buraco e nos olham, assim, cara a
cara. Afinal, geneticamente, são 90% iguais aos humanos, e
sobressaem-se, até aqui, como importantes
e excelentes “cobaias”, embora vivam em média
dois anos e meio. Entretanto,
afirma Cordeiro, entregando-nos, de bandeja,
“O
pulo do Rato”: “ Agora temos espécimes que vivem cinco
anos. Conseguimos duplicar a expectativa de vida dos ratos. E já temos
conhecimento suficiente para usar isso experimentalmente com os humanos”. Uffa...
pelo visto, não temos nada a temer.
Quem precisará daquelas 7 vidas dos felinos, se são os ratos, agora, que já nos acenam com a Vida eterna?...
Texto: Celso
Lopes
Fonte: - https://istoe.com.br/a-morte-vai-se-tornar-opcional/
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